Devido à iminente ameaça do ChatGPT, da OpenIA, Google resolve acelerar o lançamento de 20 projetos de inteligência artificial para 2023.
No finalzinho do ano passado, os executivos do Google disseram que não havia pressa alguma em implementar tecnologia de IA, afinal, uma implementação rápida demais poderia prejudicar a reputação da empresa.
No entanto, com uma iminente ameaça do ChatGPT, a gigante da tecnologia mudou o seu discurso e anunciou que, devido ao avanço na popularidade das ferramentas lançadas pela OpenAI, eles planejam demonstrar mais de 20 projetos de IA nos próximos meses.
Ainda não há prazo específico para o lançamento da demonstração desses projetos de IA do Google, mas a previsão é que as primeiras novidades já sejam anunciadas no evento anual da empresa, o I/O, que acontecerá em maio e já lançou recursos como Duplex e Google Glass.
Quais serão os produtos lançados?
O relatório apresentado por um painel de executivos, incluindo Jeff Dean, chefe do departamento de pesquisa e inteligência artificial do Google, mostra alguns dos produtos planejados, como:
- Um estúdio de geração de imagens que “cria e edita”;
- Um aplicativo para testar protótipos de produtos;
- Um conjunto de ferramentas que outras empresas podem usar para criar protótipos de inteligência artificial direto do navegador — chamada MakerSuite;
- Uma ferramenta de geração de código chamada PaLM-Coder 2, na linha do GitHub Copilot da Microsoft; e
- Uma solução para criar aplicativos para smartphones chamada Colab + Android Studio.
O Google já é uma empresa conhecida por investimentos pesados em IA e aprendizado de máquina (ML). O aplicativo AI Test Kitchen da empresa, por exemplo, oferece acesso a ferramentas de geração de imagem e texto semelhantes ao DALL-E e ao ChatGPT da OpenAI. Porém, eles são sistemas bem restritos e limitados aos usuários em geral.
A abordagem conservadora do Google
Nos últimos anos, o Google tem pisado com cuidado quando se trata do lançamento de novos produtos de IA. A empresa se viu no centro de um debate sobre a ética da inteligência artificial depois de demitir dois pesquisadores da área, Timnit Gebru e Margaret Mitchell. A dupla apresentou críticas aos modelos de linguagem de IA, observando desafios como sua propensão a amplificar vieses em seus dados de treinamento e apresentar informações falsas como fatos.
Embora a pesquisa de IA do Google seja considerada tão avançada quanto a de outras empresas de tecnologia proeminentes, ela apenas testou software com proteções particularmente restritivas. O seu aplicativo AI Test Kitchen, por exemplo, restringe fortemente as solicitações que os usuários podem fazer.
No entanto, com o lançamento do ChatGPT da OpenAI, porém, e alertas alarmistas sobre o fim iminente do Google, parece que a empresa está revisando suas táticas.
No passado, o Google disse que evitou o lançamento de certos produtos de IA por causa do potencial “dano à reputação”. Agora, parece que a reputação que quer evitar é de estar atrasado.
